"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito."
Manoel de Barros

sábado, 27 de junho de 2020

BLOG DE ARTE EDUCAÇÃO

Este ano estamos passando por uma pandemia então, as aulas que eram presenciais estão sendo transmitidas em plataformas digitais. Eu e mais alguns professores de Arte estamos fazendo um trabalho colaborativo disponibilizando nossas aulas em um blog. Segue o link.
Gratidão




https://aulasdeartes.com.br/autor/professoraxica/

domingo, 12 de maio de 2019




Eu Acordo para a vida do meu espírito
Esse que vem por séculos viajando na busca do aprimoramento.
Eu acordo para o Amor no seu sentido mais puro.
Eu acordo para ser a mulher que eu sou.
Que no dia de hoje, todas as avós, todas as mães, todas as filhas e filhos possam acordar iluminados pela claridade do Amor.
Que a ancestralidade das mães faça florescer dentro de cada uma de nós a força e a candura de que somos feitas.
Se alguma de nós estiver passando por um momento difícil, que seja amparada física e espiritualmente pelo Sagrado Feminino.
Que o universo conspire para que a Mãe sagrada receba sua colheita, e que suas mãos carreguem apenas o perfume de todas as lutas e de todas as vitórias.
Assim Seja.
Feliz dia das Mães!

Xicâ G Lima
12/05/2019

domingo, 28 de abril de 2019

Feliz aniversário Elis!





Quando você nasceu provavelmente já era meu maior amor...
Eu ainda não sabia de como você iria tomar conta dos meus dias.
Não sabia do teu riso infantil invadindo a minha vida,
Nem da tua solidão adolescente me tirando o sono.
Mas eu sabia, ah! Eu sabia, dos teus olhos de amor e medo
Das tuas pequenas mãos que persistem até hoje em se fazer aquele bebê.
Eu sabia da grandiosidade da tua luta pra nascer, e pra viver...
Eu sabia da tua genialidade com as palavras quando você engolia os livros na sede de saber mais...
Eu sempre soube que você seria grande,
Mas eu não imaginei que você seria imensa como a noite e suas estrelas.
Eu te amo desde todos os tempos e até todos os tempos.
Gratidão por você existir.
Feliz aniversário Elis!
Xicâ G Lima
28/04/2019

sexta-feira, 26 de abril de 2019






O teu riso segue atado a minha memória pequenina
Não sente falta nem da chuva nem do sol que o coloriu
O teu riso toma conta do ar, como um pássaro ou um aeroplano
Todas as horas seguem contando teus dentes entre as minhas pernas
Todas as horas são cúmplices do que acontece aqui, lua, sol, café e carinho
As frases que a tua boca inventa
Meu ouvido poeta que segue encantado, e essa alma inquieta
Dançando pra você, com você... feito uma louca...
Que não nos falte a poesia da rede, aquela que silenciosamente se faz
Aquela que diz a todo momento: eu te amo.

Xicâ G Lima
26/04/2019

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Do diário de bordo no caminho da Cura! 3


No dia em que voltei do hospital eu vim com uma sonda presa ao meu corpo. Todos os dias eu tinha que esvaziar o conteúdo da sonda e medir a quantidade. Todos os dias esvaziar a si mesmo e medir: quanto de mim ainda tem aqui.
No dia em que retiraram a sonda eu desmaiei, não por dor, mas pela aflição da retirada. Não havia mais o que medir, e isso era bom.
Neste dia também retiraram o curativo que cobria o local onde antes havia meu seio esquerdo. Eu não olhei. A ideia do que vamos ver é mais alarmante do que o que existe. Minha falta de coragem só perdeu pra minha generosidade comigo mesma então, acho que dois dias depois eu olhei no espelho. Ainda era eu. Fui tomar banho e passei a espuma do sabonete na cicatriz, agradeci por ela estar ali, toquei a marca, depois enxuguei, meu marido fez o curativo... um ritual que se repetiu por uns dias. Como minha irmã caçula me disse a respeito de uma cicatriz que ela tem na barriga: é graças a essa cicatriz que estou viva.
Eu me acostumei com não ter esse seio, acredite, a gente se acostuma e agradece. Vou fazer a reconstrução, mas não é isso o mais importante. O mais dramático foi a retirada mesmo, algo que quando eu era menina esperei pra nascer, eu sabia: quando eu tiver seios eu vou ser mocinha. Agora eu penso como é simbólico no corpo feminino essa existência. Mas eu descobri que ser mulher é realmente uma construção. E eu estou me refazendo agora.
Todas as teorias sobre o que é ser mulher não dizem nada se você não se posicionar diante de si mesma, e ter carinho por você. A gente tem que se amar profundamente pra encontrar a resiliência necessária e recomeçar.
Gratidão.
Xicâ G Lima
05/05/2019

Do diário de bordo no caminho da Cura! 2




No dia 12 de março de 2019, depois de muitos exames, eu fui submetida a uma mastectomia total da mama esquerda. Eu optei por retirada total porque a chance de cura era mais provável. Foi feita a retirada e eles colocaram uma prótese expansiva, porque como foi retirado muito tecido este que ficou tem que sem expandido para receber a prótese de silicone.
Não senti nenhuma dor após a cirurgia. Muitos anjos me cercaram desde que dei entrada no hospital. As pessoas têm um jeito muito particular de lidar com isso tudo, e eu vi tanto carinho nos anjos que trabalham no AC Camargo. Eu não vou lembrar de todos os nomes, infelizmente, mas vou descrever aqui os que eu lembro:
Dr. Eduardo Petribu, ele tem muito jeito em acalmar pessoas em pânico, é um menino ainda e eu sou extremamente grata por ele existir;
Dra. Camila Couto, foi a responsável pela cirurgia, ela tem as mãos pequenas e fica segurando o crachá enquanto fala baixinho comigo, ela tem olhos de céu;
Dra Fernanda Alves, ela foi a primeira pessoa que me disse: Você está curada! Ela parece uma Laksmi, e sorri enquanto fala comigo;
O enfermeiro Junior, ele entrava com o carrinho no quarto todo alegre, eu estava no lugar certo mesmo, ele é muito engraçado;
A enfermeira Luana, uma calmaria e delicadeza, foi ela quem me levou até a porta do hospital quando eu tive alta, uma rainha africana que me carregou e cuidou de mim, quanta honra;
Eu conheci o Dr Angelo Bezerra, ele é o que o nome diz, um anjo ruivo que me deu a mão e explicou como vai ser depois da cirurgia, ele ficou até tarde pra falar comigo e eu sou grata por ele ter ficado e por ser o responsável por esta equipe tão linda.
Agora estou em recuperação da cirurgia, e me preparando para o tratamento preventivo.
A poesia das coisas, de tudo pelo qual estou passando, não pode ser deixada de lado. Todos os dias eu agradeci a Deus por tudo, todos os dias eu fotografei alguma coisa que me dava alegria. Nesse processo eu poucas vezes chorei, mas é claro que eu as vezes choro, mas passa.
Gratidão

05/04/2019
Xicâ G Lima


Do diário de bordo no caminho da Cura! 1



Uns dias antes do Natal de 2018 eu recebi a notícia: Carcinoma in ducto na mama esquerda.
Todas as histórias que eu tinha ouvido sobre câncer vieram à minha cabeça em segundos, a pequena pessoa que estava na minha frente, desconcertada falou:
- este é um presente de Natal às avessas. Pensa que você está no lugar certo e na hora certa.
Eu acreditei.
Chorei na frente daquela mulher que eu nunca tinha visto, e ela me disse:
- Pode chorar, não é fácil.
As vezes chorar é só o que dá pra fazer.
Quando eu saí da sala recebi as orientações para os próximos passos: exames, consultas, cuidados. Toda vez que um médico falava comigo um misto de emoções tomava conta de mim, entre alívio, medo, alegria, tristeza por ser eu ali, meu ego dizendo que eu não merecia, meu espírito dizendo ta tudo bem, todos os Santos de mãos dadas a minha volta, os Orixás, Buda, Jesus me ajuda...
Eu plantei muitas coisas no meu jardim para tratamento anticancerígeno, eu comecei a me alimentar melhor, eu recebi o amor de muitas pessoas, e o rezo delas em meu nome. Como espiritualista eu creio nessa força que emana das orações em todas as pessoas, não importando qual é o credo delas, e eu recebi todas em meu coração.
Conversando com amigos comentei que lá no céu estava acontecendo uma reunião com: Jesus, Buda, todos os Orixás, os Índios, os espíritos de Luz, e entre eles a discussão era: quem é essa Xica que tá todo mundo pedindo por ela? Rs. E todos deram as mãos por mim.
Eu sou grata, embora agora tenha chuva nesse rosto, é de gratidão e amor.
05/04/2019
Xicâ G Lima

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O sorriso de Maria




Todos achavam Maria uma mulher incrível, linda, sempre sorrindo. Funcionária pública há alguns anos, diga-se de passagem, bons anos. Uma filha, dois netos, um namorado que ela via todos os finais de semana há mais de dois anos. Quando Maria atravessava a rua as coisas flutuavam ao seu redor. O tempo parava para assistir a altivez daquela que era como muitos diziam: uma mulher forte, guerreira.
Dentro dela todas as perguntas do mundo. Nenhuma resposta. Ela sorria porque já tinha percebido que era mais bonita assim. Quando acordava Maria se organizava diante do espelho:  olhos, boca e cabelo... as vezes ela se cansava, só as vezes.
Houve um dia em que Maria chorou torrencialmente ao chegar em casa. Sozinha, ninguém soube. A vida era enormemente pesada em alguns dias. Algumas pessoas doíam-lhe a alma, mas ela sorria, a piedade ou a comiseração não lhe fariam melhor.
Maria sempre levava consigo uma garrafinha de água, dessas pintadas e que mantêm a água geladinha. Seu refresco tinha uma mistura de vodca e água. Ninguém sabia. Esse era seu delito favorito. Ela tinha outros. Quando via as mães indo a escola com seus filhos ela parava na calçada em frente para ver se alguém chorava, era como uma catarse observar as mulheres sem saber o que fazer diante do desespero infantil. Silenciosamente ela desejava que elas também sorrissem.
Quando a noite Maria se deitava, ela imaginava que seu chefe imediato amanheceria sem voz, e que por infelicidade não conseguiria gritar ou menosprezar os funcionários naquele dia, nem tomar um táxi, nem dizer o que sentia o infeliz.
Mas ela não era má, era apenas Maria. Nunca foi santa, nem impura, sempre havia sido apenas ela. Com o tempo as pessoas foram dando-lhe um status que não lhe cabia, mas ela apenas sorriu.
Maria era realmente uma mulher incrível. No meio de todas as suas solidões ela achava a graça das coisas. Era no quintal de casa que ela vivia profundamente o seu ócio estético precioso. Cuidava do jardim, plantava coisas, em dias de sol tirava toda a roupa e deitava no meio dos cachorros e das plantas, e ficava assim, sentindo o abraço do tudo que se manifestava no calor que emanava do seu corpo. Ela era a própria divindade no jardim, e sorria.
Maria.

Xicâ G Lima
10/12/2018

sábado, 27 de outubro de 2018





Eu amo o mato, quando ele tem cheiro de chuva e abre uma janela de memórias em mim.
Eu amo cada passo dos meus filhos, cada gesto, e a inteligência alegre que eles comunicam no universo.
Eu amo o homem que se estreita comigo logo de manhã, nesse encantamento de amor. A ternura que invade os aposentos, as ruas, todos os espaços por onde ele espalha o sorriso.
Que o mundo, o Universo recebam de volta toda minha admiração e susto, diante da inescrutável vida!
Gratidão!
Xicâ G Lima
27/10/2018

domingo, 14 de outubro de 2018






Então, eu ouço o som dos seus dedos em algum violão
E sei que você está aqui...
Quando as fadas brincam no nosso jardim é de você que falam
No quarto as crianças brincam com algum jogo, e os ouço entre risos e reclamações...
Meu coração se enche de Amor e transborda.
Gratidão por estar aqui no meio de todos os meus silêncios,
Entre as minhas roupas
Nos meus guardados mais antigos, quando eu ainda não sabia de você, apenas te adivinhava...

Eu te amo Matheus!
14/10/2018
Xicâ G Lima